segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Pesquisa avalia a qualidade do Programa de Atendimento às Demandas de Perícia Médica da Uesc

Uma pesquisa sobre a “Análise da qualidade de um programa de gestão da saúde do servidor público da educação superior” foi desenvolvida pela enfermeira Karoline do Rosário, mestranda do Programa de Mestrado Profissional em Enfermagem – (PPGENF-UESC) e analista universitária na Coordenação de Desenvolvimento de Recursos Humanos – CDRH, da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc).
A pesquisa foi desenvolvida sob a orientação do professor doutor João Luís Almeida da Silva e avaliou a qualidade do Programa de Atendimento às Demandas de Perícia Médica da CDRH, a partir de instrumento baseado na percepção dos servidores que utilizavam o programa quando se encontravam em licença para tratamento de saúde.
O Programa, criado em 2007, proporciona aos servidores solicitantes de licença para tratamento de saúde, além do cumprimento dos trâmites legais, um atendimento acolhedor e resolutivo, com foco na humanização. Nessa perspectiva, preocupa-se em ir além do mero controle do absenteísmo e volta-se para uma atenção ao servidor, a qual tem o cuidado como elemento central de suas práticas.
A pesquisa, ao avaliar o atendimento prestado, demonstrou que a qualidade percebida foi satisfatória, apesar dos servidores ainda apresentarem expectativas não supridas. As falhas na qualidade do atendimento foram identificadas nas instalações físicas, por não serem acolhedoras e reservadas, como também, materiais de comunicação que não foram considerados claros e objetivos. Em contrapartida, potencialidades foram reveladas, como os colaboradores do Programa sempre estarem acessíveis e priorizando os interesses dos servidores.
Apesar do estudo não se propor a desenhar o perfil de adoecimento da universidade, a pesquisadora chama atenção para a similaridade dos resultados em comparação às investigações sobre absenteísmo-doença em outras universidades públicas brasileiras. Os resultados apontaram maior frequência de licença entre as mulheres, faixa etária de 51 a 60 anos, e, em termos proporcionais, uma discreta diferença na representação da categoria docente maior do que técnico administrativo. Dentre as principais causas de adoecimento, destacaram-se os Transtornos Mentais e Comportamentais, seguido dos distúrbios osteomusculares e as neoplasias.
Segundo a pesquisadora, estudos demonstram que o adoecimento mental é apontado como principal condição incapacitante e geradora de afastamentos do trabalho para tratamento da saúde em ambas as categorias profissionais: docentes e técnicos administrativos. “É perceptível o sofrimento mental na comunidade acadêmica, não só entre os trabalhadores da educação superior, mas também entre os estudantes. A temática é complexa e merece atenção e cuidado”, afirma a mestranda.
Para Karoline do Rosário, “esse trabalho vai permitir qualificar e aperfeiçoar a gestão do cuidado ao servidor em situação de adoecimento e demonstrar para a gestão superior a necessidade de uma atenção especializada ao adoecimento no universo acadêmico, como também incentivo às ações de prevenção e promoção da saúde para esses trabalhadores”. Por fim, destaca que um relatório técnico conclusivo será elaborado como produto da pesquisa, destinado à gestão superior da Uesc, que apontará todos os resultados e as sugestões de melhoria e correção para as falhas encontradas na qualidade do Programa.

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