quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Patrimônio arqueológico da Bahia é divulgado em livro


No próximo dia 13 de agosto, às 17h, o município de Lençóis sedia o lançamento da nova edição da Série Estudos e Pesquisas sobre o tema Patrimônio Arqueológico da Bahia (SEP 88). A publicação da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento, realizada em parceria com o grupo de pesquisa Bahia Arqueológica, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), reúne artigos temáticos sobre a arqueologia baiana, tratando, em especial, da arte rupestre encontrada no estado. O lançamento acontece durante o VI Seminário de Arqueologia de Lençóis, no Auditório Afrânio Peixoto (Praça Afrânio Peixoto, s/n, Centro)
A SEP 88 apresenta os acervos arqueológicos mais representativos da Bahia, seja pela frequência com que aparecem no território, seja pela especificidade. São citados os sítios sambaquis, construções intencionais feitas com acúmulo de conchas, produto do descarte da alimentação de grupos coletores e caçadores, que são encontrados em diferentes pontos da Baía de Todos os Santos, no litoral norte, em Porto Seguro e em Santa Cruz Cabrália. 
Os grupos de caçadores coletores também respondem pelos incontáveis sítios com representações gráficas rupestres do estado. “A convencionalmente chamada arte rupestre está representada na Bahia, de modo exemplar, em quase todas as regiões, salvo no litoral, com pinturas e gravuras em abrigos, lapas, paredões, lajedos, afloramentos rochosos etc. A Chapada Diamantina, o Vale do São Francisco, o oeste baiano e até o semiárido contam com sítios de representações rupestres de estilos que ainda merecem ser melhor definidos, considerando-se os motivos, a cromaticidade e os traços”, apresenta um dos artigos da edição, de autoria de Carlos Etchevarne, um dos coordenadores da SEP 88 e coordenador do grupo de pesquisa Bahia Arqueológica. 
O Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia (Derba) é citado em diversos artigos da publicação por propiciar, com o amparo da legislação patrimonial, trabalhos de acompanhamento, monitoramento e salvamento de sítios do estado, além de desenvolver trabalhos de educação patrimonial com a população. Servem, como exemplos, sítios encontrados em Rio de Contas, Itacaré e Camamu, mediante convênio entre o Derba e a UFBA. 
“Em todos os trechos em que vamos construir estradas, verificamos a possibilidade da existência de sítios arqueológicos e trabalhamos em parceria com a UFBA, fazendo o salvamento e minimizando os efeitos. Há casos até em que o traçado da estrada foi realocado, poupando o patrimônio. Também incentivamos pesquisas e trabalhos de educação como compensação”, explica Ana Cristina Cruz Dias, diretora de Projetos e Programas Especiais do Derba
Para o pesquisador e professor da UFBA, Carlos Etchevarne, “esta publicação constitui um verdadeiro passo à frente, em termos de órgãos públicos, na percepção do valor histórico extraordinário que o patrimônio arqueológico detém, sendo este o primeiro estudo sobre arqueologia publicado por uma secretaria estadual”, afirma o doutor pelo Muséum National d’Histoire Naturelle (Paris) e investigador colaborador do Centro de Estudos Arqueológicos das Universidades de Coimbra e Porto. 
A técnica da SEI e também coordenadora da edição, Rita Pimentel, considera que “foi uma oportunidade ímpar poder divulgar informações dessa relevância sobre o acervo arqueológico do território baiano, que se traduz em espaços de memória histórico-cultural que resgatam e reconstituem o passado”, diz. 
Pensada para um público não especialista, a SEP 88 apresenta o conteúdo com uma linguagem clara e direta, com o objetivo de facilitar a disseminação do tema entre gestores da administração pública, profissionais do turismo, professores e a população em geral.
Participam do lançamento em Lençóis, o secretário do Planejamento, Zezéu Ribeiro, o diretor-geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), Frederico Mendonça, o diretor-geral da SEI, Geraldo Reis, o prefeito de Lençóis, Marcos Airton de Araújo, o secretário de Turismo e Cultura de Lençóis, Delmar de Araújo, e os coordenadores da publicação. 
O lançamento faz parte da programação do VI Seminário de Arqueologia de Lençóis, que acontece nos dias 12 e 13, no Auditório Afrânio Peixoto. Informações e inscrições na Secretaria de Turismo e Cultura de Lençóis, telefone (75) 3334-1378, ou no endereço www.bahiaarqueologica.com

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