Além de dar boas vindas e de reforçar o coro pela campanha de reabertura do Museu do Cacau, o prefeito interino de Ilhéus, Mário Alexandre, fez questão de lembrar o pioneirismo de Ilhéus em sediar o encontro. “Esperamos que nos próximos anos, o município possa sediar o encontro nacional”. Segundo Mário Alexandre, Ilhéus é uma cidade que tem uma história a preservar e atualmente a prefeitura está promovendo um estudo para resgatar parte do seu passado.
“Não existe futuro sem memória. Os museus são locais que guardam o passado, mas que são de suma importância para construir um futuro melhor”. Essas foram as palavras do presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), José Nascimento Júnior, durante a abertura do III Encontro Baiano de Museus, na manhã desta quarta-feira (21) em Ilhéus. Esta é a primeira vez que um município do interior da Bahia sedia o evento, que segue até o dia 23, com intensa programação de debates, palestras, mesas redondas e apresentações culturais.
Assim como José Nascimento Júnior, várias outras autoridades ligadas ao setor museológico estão reunidas no município ilheense para participar do evento – iniciativa do Instituto do Patrimônio Cultural em parceria com o Ibram e com a Prefeitura de Ilhéus, executada através da Fundação Cultural. Na abertura do evento, José Nascimento Júnior salientou ainda que a realização do encontro é fruto de uma ação articulada que visa a consolidação de efetivas políticas museológicas dentro da Conferência de Cultura. “Este será uma oportunidade ímpar para debater e construir políticas públicas de incentivo à memória, à história e ao futuro”.
A diretora de museus do Instituto do Patrimônio Artístico Cultural da Bahia (Ipac-BA), Maria Célia Moura Santos, afirmou que o primeiro encontro feito fora da capital baiana marca a intenção do governo estadual em construir uma identidade museológica em integração com os núcleos e acervos espalhados por todo o estado. O presidente da Fundação Cultural de Ilhéus, Maurício Corso, também aproveitou o evento para reforçar a preocupação dos órgãos estaduais em descentralizar o debate sobre a cultura, levando-o para cidades como Ilhéus, “que também é referência forte no cenário nacional”.
A abertura do evento também foi marcada por um apelo feito por Maurício Corso para que o Museu do Cacau, desativado há cerca de três anos, seja reaberto. “Estamos lançando publicamente a campanha “Devolvam o museu à nossa cidade”. Corso lembrou que um grande passo para a reativação do Museu do Cacau foi dado esta semana. Todo acervo do museu ficará responsável pela Universidade Estadual de Santa Cruz”.
O superintendente de Cultura e Desenvolvimento Territorial do Estado, Adalberto Santos abriu o ciclo de palestras debatendo o tema “A Inclusão Sociocultural nos Territórios de Identidade da Bahia”, que contou com a participação da museóloga Ana Coelho. A formação de grupos de trabalho, escolha dos delegados, reunião dos articuladores e novas palestras estão entre a programação do evento, que segue até sexta-feira (23). Um dos destaques do evento é a participação da museóloga mexicana Miriam Arroyo, membro do Conselho Internacional de Museus.
Também compuseram a mesa de abertura do evento os representantes do curso de museologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Euler Oliva e Professora Sidélia Teixeira; a coordenadora do curso de Museologia da Universidade do Recôncavo, Ana Paula Pacheco; o presidente do diretório acadêmico da Universidade do Recôncavo, Jeferson Santana; e o presidente da Câmara de Ilhéus, vereador Edvaldo Nascimento;
O III Encontro Baiano dos Museus também contará com programação cultural. O largo cultural, localizado em frente ao TMI, vai ser palco de diversas apresentações culturais. Nesta quinta-feira (22) os shows dos cantores Itassucy e Amanda Andrade agitam o público a partir das 19 horas. Já na sexta-feira (23), também às 19 horas, é a vez do público conferir a apresentação do Bumba Meu Boi de Urucutuca, e logo após do grupo Sambadila.
V Primavera dos Museus - O III Encontro Baiano dos Museus é realizado paralelamente à 5ª Primavera de Museus, que reúne 18 museus e memoriais de Ilhéus, Itabuna, Itajuípe, Una e Barro Preto. Os acervos estão à disposição da população na Fundação Cultural de Ilhéus. Professores e estudantes de escolas da rede pública e privada de Ilhéus visitam o espaço até a próxima sexta-feira. Além da Fundação Cultural, o primeiro e o segundo andares do Teatro Municipal abrigam as exposições “Museus da Bahia: Identidade e Territórios” e “Jardim das Flores”, respectivamente. Na Rua Jorge Amado também é possível apreciar diversos trabalhos de artistas locais. Ilhéus está sediando ainda os encontros da Rede de Técnicos de Museus Universitários e de Educadores em Museus – REM (BA), no mesmo período.
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