Mais de seiscentos pequenos agricultores estiveram reunidos na sede da associação para debater e traçar estratégias para coibir as invasões de propriedades rurais na região.
Estiveram presentes O Bispo da Diocese de Ilhéus, D. Mauro Montagnoli, Pe. Ednilson Vivas, Vigário Geral, o Pe. Marcos Alcântara, diretor do Seminário, Bebeto Galvão, presidente do PSB e da Força Sindical, Maria D’Ajuda, coordenadora da Cáritas Diocesana, Nau, representante da deputada Ângela Sousa, representantes de associação quilombola, e o presidente do Assentamento Ypiranga, composto por 54 famílias.
Os relatos apresentados na reunião, pelas pessoas que tiveram suas propriedades invadidas, foram estarrecedores, o que leva a crer na tese de não se tratar de um movimento indigenistas, mas de formação de quadrilha. Disseram que o bando, chefiado por Negão da Luz, Babau, Neri, Ivonete e Valdelice está aterrorizando a região. Chegam fortemente armados com homens recrutados em morros e favela, pagos para fazer o serviço, escorraçam os moradores de suas casas, roubam todos os seus pertences e ainda os ameaçam de morte, caso retornem às propriedades.
Além das ameaças, o bando humilha os pais e mães de famílias e mandam um recado para os demais: quem não se cadastrar como tupinambá, nós vamos tomar a terra.
Diante, da omissão do Estado, da União e das autoridades, segundo, a associação de pequenos agricultores, representada por Luiz Henrique Uaquim, não resta outra alternativa senão ocupar o aeroporto com intuito de chamar a atenção do país para o genocídio que a FUNAI quer cometer na Região.
A gravidade do problema, que conta com o conluio do CIMI, entidade ligada à CNBB, levou D. Mauro assumir publicamente uma posição de apoio às medidas que visem preservar a VIDA, pois do jeito que vai só Deus pode evitar a tragédia anunciada.
Era visível o semblante de espanto e de tristeza do Bispo diante de tantos depoimentos, principalmente quando disseram que é o CIME quem financia os alimentos e colchões para os traficantes recrutados pelo bando.
Após as discussões a assembleia decidiu pela ocupação do aeroporto, por tempo indeterminado, até que as autoridades se pronunciem.
Segundo os agricultores, pretende-se com essa manifestação trazer a Ilhéus representantes dos governos estadual e federal, Justiça Federal, além dos ouvidores do MPF a fim de que apurem por qual motivo, apesar de inúmeras denúncias protocoladas no MPF e na PF até agora nada foi feito. “É muito estranho”, completou um dos participantes.
A data da ocupação ficou definida para o dia 10 de agosto, por ocasião das comemorações do centenário de nascimento de Jorge Amado.
Todas as autoridades serão avisadas a fim de que deem suporte aos pequenos agricultores, informou Uaquim.
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