Argumentando que ainda não há apoio suficiente para aprovar uma nova lei agrícola de US$ 500 bilhões, a liderança da Câmara marcou para quarta-feira a votação de uma medida que estende em um ano a lei vigente desde 2008, que expira em 2012. Mas os grupos de agricultores dizem que, se a extensão for aprovada, o Senado deveria usá-la como um meio de convocar um comitê com membros das duas casas para produzir uma lei agrícola mais abrangente para os próximos cinco anos.
O Sindicato Nacional de Agricultores disse “que se opõe a uma mera extensão de um ano da Farm Bill de 2008″, mas que poderia apoiá-la “apenas se o próximo passo for debater uma lei agrícola completa para cinco anos”. A atual lei, de 2008, expira no dia 30 de setembro.
A Associação Nacional de Produtores de Trigo disse que pressionar pela aprovação de uma nova lei agrícola e sua posterior promulgação é a principal prioridade do momento. “A associação e os seus líderes não apoiam uma extensão de curto prazo da Farm Bill 2008, por si só”, destacou o grupo. “A extensão de um ano iria criar ainda mais incerteza em um clima político, agronômico e econômico que já é incerto o suficiente.”
A opinião dos grupos de agricultores bate de frente com a oposição dos conservadores fiscais aos gastos previstos em ambas as versões, da Câmara e do Senado, para a nova lei agrícola. “A liderança republicana da Câmara deveria prometer aos conservadores fiscais que essa extensão de curto prazo não será usada como um veículo para chegar a um projeto de lei agrícola mais dispendioso”, disse o presidente do grupo conservador Clube do Crescimento, Chris Chocola.
Propostas diferentes para a nova Farm Bill foram debatidas no Senado e na Câmara, mas ambas mudam o foco dos gastos da ajuda direta aos agricultores para o reforço do programa governamental de seguro agrícola. Enquanto o projeto de lei agrícola em debate no Senado busca aumentar as despesas do governo com seguro agrícola em US$ 5,1 bilhões ao longo de 10 anos, a proposta da Câmara amplia o valor desse tipo de gasto em US$ 9,5 bilhões.
Para o presidente da Federação dos Produtores Americanos, Bob Stallman, “uma extensão de um ano não oferece aos produtores nada no sentido de uma segurança sobre políticas de longo prazo”. Contudo, a aprovação dessa extensão asseguraria aos legisladores a possibilidade de oferecer assistência aos produtores prejudicados pela pior seca em 25 anos nos EUA. As medidas previstas na lei atual ajudariam os produtores a pagar por ração animal e a receber reembolsos pelo gado morto devido à seca.
De acordo com nota divulgada pelo meteorologista Brad Rippey, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), “toda a região das Grandes Planícies, do oeste do Cinturão do Milho e do centro-sul dos EUA deverá continuar enfrentando períodos de calor excessivo em um futuro próximo”. O meteorologista acrescentou que cerca de 75% de todo o rebanho do país está em regiões atingidas pela seca. As informações são da Dow Jones.
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