segunda-feira, 13 de maio de 2019

Luiz Walter Coelho Filho faz conferencia nesta terça (14) na Piedade sobre a década do açúcar na Capitania



O Museu da Piedade, do Instituto Nossa Senhora da Piedade, na Rua Madre Thaís, 197, promove nesta terça-feira (14), às 17 horas, conferência “A Capitania de São Jorge e a década do açúcar”, ministrada pelo professor/Dr. Luiz Walter Coelho Filho. A conferência terá lugar no Salão Nobre do Convento da Piedade e faz parte da programação da 17ª Semana Nacional de Museus e a celebração do Dia Internacional dos Museus, em 18 de maio, promovida nacionalmente pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). 
Após a conferencia será lançado o livro com o mesmo título. Conforme o autor são 14 documentos e cartas envolvendo a Coroa Portuguesa e os diversos atores, por volta de 1545, quando surgiu o “Projeto Ilhéus”. Quatro fidalgos residentes em Lisboa planejaram edificar na costa do Brasil grande empreendimento privado devotado à produção de açúcar. Adotaram como modelo a subdonataria, criação numa época em que os poderes políticos podiam ser transacionados no contexto de um negócio. Assim surgiu a Vila de São Jorge, retaguarda militar dos engenhos que deveriam ser construídos. 
Cinco anos (1946 a 1550) foram consumidos na construção dos engenhos. Durante este período pelo menos 20 navios criaram o oceano atlântico e desembarcaram colonos, armas e equipamentos. Para compor a mão de obra os agentes e feitores do negocio sequestraram índios carijós na costa de Santa Catarina, episodio imortalizado em obra clássica do iluminismo. 
Entre os homens que colocaram dinheiro no arriscado negócio estavam Men de Sá, que edificou o engenho de Santana. Sonhava com a riqueza que o cargo de desembargador não poderia lhe proporcionar. 
O empreendimento teve papel destacado nos eventos que culminaram com o Governo Geral e que viveu o seu apogeu a partir de 1551. A riqueza que passou a gerar despertou a cobiça da Fazenda Real, com os investidores protagonizando os primeiro conflito fiscal da Costa do Brasil. A taxa adicional do dízimo para financia a dispendiosa máquina administrativa do Governo Geral. 
Entre os documentos pesquisados carta de ofício nomeando Bartolomeu Godinho Provedor da capitania de Jorge de Figueiredo Corrêa, em 1º de agosto de 1536. A carta do Rei Dom João III ao Conde da Castanheira recomendando o pagamento do frete a Jorge de Figueiredo Corrêa pelo transporte de pau-brasil, em 28 de março de 1537. Ordem do Provedor do Armazém mandando que fosse vendido um mastro a Jorge de Figueiredo Corrêa, em 22 de maio de 1538. 
Carta de Doutor Hernan Perez ao Imperador acerca do sequestro dos índios carijós, Sevilha, em 10 de outubro de 1549. Tradução em português Sentença contra Jorge de Figueiredo, capitão que fora da capitania de São Jorge do Rio dos Ilhéus, na Terra do Brasil, Lucas Giraldo, Mem de Sá e Fernão Alvarez, pela qual se julgou que deviam pagar dízima, na Alfândega de Lisboa, das coisas e mercadorias que viessem da mesma capitania. Lisboa, 5 de maio de 1557 
A curadora do Museu da Piedade, professora Anarleide Menezes informa que serão disponibilizados certificados, através de e-mail para todos participantes.

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