sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Pastoral da Criança: Como evitar a mortalidade infantil



A mortalidade infantil é uma das prioridades da Pastoral da Criança e nossos líderes não medem esforços para evitá-la. Durante as visitas domiciliares, levam informação sobre os direitos e deveres das famílias, comunidade e serviço público em relação à gestante e à criança, bem como atuam para que tenham um pré-natal de qualidade e suas necessidades atendidas. Afinal, é dever de todos garantir acompanhamento de qualidade durante esse período tão importante. Para conversar sobre isso, convidamos a Monica Negri, Mestre em prática profissional em enfermagem, especialista em enfermagem obstétrica, especialista em saúde pública e especialista em gestão clínica nas redes metropolitanas de atenção à saúde.
Quais são as principais causas da mortalidade infantil?

Envolve questões sociais relacionadas à renda, acesso à água potável, esgotamento sanitário, educação e, em especial, a existência, ou não, de serviços de saúde em rede que realizam a assistência adequada e oportuna à mulher e à criança. As causas são voltadas para a prematuridade, as malformações, as infecções perinatais, as asfixias e as afecções maternas, tais como a pré eclâmpsia, por exemplo. Já no período pós neonatal, as principais causas são as malformações, as doenças infecciosas intestinais, tais como as diarreias, as doenças respiratórias e as causas externas, como broncoaspirações, acidentes de carro, quedas, agressões ou qualquer acidente doméstico.
Como é possível intervir?
Em síntese, eu poderia resumir as condições essenciais de intervenção: primeiro, investimentos prioritários para educação; segundo promoção de fóruns de discussão sobre os direitos de saúde sexual e reprodutiva da mulher, qualificação do pré-natal, atendimento resolutivo e humanizado do pré-natal, parto e nascimento, recursos humanos, criação de leitos neonatais e pediátricos, recursos humanos qualificados para gestantes de alto risco e equipamentos eficazes para este atendimento, atenção à criança e ao seu desenvolvimento, principalmente se for prematura. Em linhas gerais, intervir faz parte de valer o conceito ampliado de saúde que não é só a ausência da doença, mas a inclusão da alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, mobilidade, emprego, lazer e especificamente acesso à serviços qualificados de saúde como condições necessárias para a sua garantia, e reconhecendo, principalmente, essa saúde como um direito de todos e um dever do Estado.
O que é um pré-natal de qualidade?

Monica Negri
Mestre em prática profissional em
enfermagem, especialista em
enfermagem obstétrica, especialista
em saúde pública e especialista em
gestão clínica nas redes 
metropolitanas de atenção à saúde.
Ele deve estar pautado no acolhimento imediato da gestante e no oportuno atendimento no primeiro trimestre de gestação, continuidade da assistência até o final da gravidez e durante o parto. Um pré-natal de qualidade também aborda a questão de fortalecimento de laços familiares pela valorização e incentivo da participação do pai no acompanhamento da gestação.
O que é um parto seguro?
Além de várias diretrizes do Ministério da Saúde, a Organização Mundial da Saúde, em 2017, elaborou um check-list de parto seguro com quatro pontos principais: quando a mãe é admitida, antes da expulsão ou da cesariana, uma hora após do nascimento e antes de mãe e bebê receberem alta. Algumas medidas são fatores protetores para o parto seguro: a presença de um acompanhante, o contato pele a pele imediatamente após o nascimento e o sucesso da primeira mamada para a continuação do aleitamento materno.
O que precisa mudar na comunidade e em nível familiar para que essa situação melhore?
A mulher deve receber ácido fólico antes de engravidar para a proteção do tubo neural do feto, realizar exames que diagnosticam precocemente a malformação fetal e buscar ter filhos em idades propícias, realizar consultas pré natais e monitorar exames para sífilis, toxoplasmosis, citomegalovirus, proteger-se contra o vírus zika, não consumir medicamentos desnecessários, não ingerir álcool, não fumar, alimentar-se adequadamente, evitar a sobrecarga e o stress do trabalho, é importante a realização do aconselhamento genético para verificar a probabilidade do casal transmitir alguma patologia ou malformação em gestações futuras.

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