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Há alguns dias atrás, conversando com alguns tutores de uma pequena cidade do interior da região sul do Brasil, pude perceber o quanto ainda é necessário informar e educar os tutores sobre a importância e a maneira adequada para cumprir os protocolos de vacinação e vermifugação de seus pets. Assim como observei nos estudos pelas comunidades rurais de Ilhéus.
A carência destas informações não se restringe apenas aos tutores menos instruídos. E para os aqueles que adotam cães e gatos sem ter conhecimento da idade do animal, este assunto torna-se ainda mais complicado. Observei que, muitas vezes, alguns tutores deixam de lado estes protocolos, por medo de comprometer a saúde dos filhotes, especialmente. E esta percepção do tutor, extremamente equivocada, é muito preocupante, e além de demonstrar desinformação, leva-nos a questionar a quantidade e a qualidade do repasse de informações através dos veterinários locais, inclusive, enquanto agentes de saúde.
O processo de controle de parasitas em animais não é tão simples ou resolve-se apenas com a administração de qualquer vermífugo. Muitos fatores devem ser considerados a fim de promover o protocolo adequado para o seu animal. Deve-se considerar a idade, a condição clínica – gestação, por exemplo – o nível de restrição ao ambiente residencial, o histórico de reinfecção, o contato com outros animais, etc.
Os filhotes, normalmente, espalham grandes quantidades de ovos no ambiente. Este é um ponto extremamente importante, pois são eles que costumam ter um contato maior conosco e com os nossos filhos. São eles que costumam ficar no colo, e acessar nossas camas e sofás. Esta condição favorece a disseminação de parasitas dentro das nossas residências. Justamente por estas razões, a fim de monitorar a eficácia dos protocolos de vermifugação aplicados aos cães e gatos, recomenda-se que sejam feitas, em filhotes, avaliações parasitológicas fecais de duas a quatro vezes ao ano, no mínimo. Para animais adultos, estas avaliações podem ser feitas uma a duas vezes, anualmente. No entanto, deve-se considerar o histórico clínico do animal.
Para os filhotes recomenda-se iniciar a vermifugação aos 15 dias de idade, repetindo a medicação a cada 15 dias até o animal completar 2 meses. Após este protocolo, o animal deve ser avaliado para que seja estabelecido o protocolo subsequente. É fato que há uma diferença entre o início do período de liberação de ovos nas fezes para os diferentes parasitas. E é devido a esta situação que, para tornar a vermifugação mais prática e reduzir os custos para o tutor, faz-se esta recomendação.
Normalmente, os cães adultos que circulam pelas ruas necessitam de uma maior frequência de prevenção e tratamento. Neste caso, no Brasil, recomenda-se vermifugar os animais a cada três meses. Para os cães que permanecem restritos ao ambiente residencial, recomenda-se que sejam vermifugados a cada 4 a 6 meses. E são os resultados dos testes parasitológicos de fezes que irão orientar esta frequência.
Devido a possibilidade de transmissão de larvas de parasitas através do útero e do leite, as cadelas gestantes devem ser vermifugadas no terço final da gestação. Já as cadelas que amamentam devem seguir o mesmo protocolo dos filhotes.
E além dos protocolos de vermifugação, outras medidas importantes também devem ser somadas para prevenir doenças não apenas nos pets, mas nos seu tutores, suas famílias e suas comunidades. Em conjunto, elas previnem a transmissão de zoonoses. Assim, evitar a predação, manter o animal em seu ambiente residencial, recolher as fezes do animal imediatamente após a defecação, limpar as caixas de areia dos gatos diariamente é essencial.
Fica, também, a dica para os tutores que têm filhos: evite que seus filhos brinquem em caixas de areia de praças que são frequentadas por cães de rua, ou cães não tratados adequadamente. Evite que eles consumam areia ou coloquem as mãos sujas de areia na boca, e estimule a lavagem frequente das mãos, inclusive após brincarem com seus pets.
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