A Petrobras já sinaliza que pode faltar gasolina em alguns postos do país. O problema está na escassez do álcool anidro, que é adicionado à gasolina na proporção de 25% e apresenta preços muito elevados. A afirmação foi feita nesta terça-feira pelo diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa:
- O mais difícil (em termos de abastecimento) é o etanol anidro para ser misturado à gasolina. Se houver falta de gasolina, pode ser por causa disso.
No fim da noite, a Petrobras emitiu uma nota na qual negou o risco de falta de gasolina, frisando que Costa ressaltou apenas a pouca oferta de álcool no mercado. De qualquer forma, a empresa e o governo já estudam a redução do percentual de 25% do anidro na mistura, de acordo com fontes do setor.
Por sua vez, o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom), Alísio Vaz, garantiu que não falta álcool anidro. Mas, segundo ele, a "dificuldade logística" na compra do produto em algumas usinas poderá atrasar "a entrega dos pedidos de gasolina" em alguns postos.
- O posto pode ficar eventualmente sem o produto porque os problemas logísticos podem gerar o atraso no atendimento em algum posto. Mas isso é pontual - disse.
A perda da competitividade do álcool hidratado - o etanol para abastecimento veicular - fez o consumo de gasolina aumentar muito nos últimos meses. E essa procura maior fez os preços do álcool anidro subirem para níveis recordes, já que a demanda cresceu num momento de oferta reduzida da cana-de-açúcar. Isso pode deixar, em breve, regiões do Brasil na posição atípica de não ter etanol suficiente para ser misturado à gasolina.
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