quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Improviso, Oxente! discutiu uso da criatividade e novos modelos da Educação



 “No Brasil, a organização das instituições está com 10 décadas de atraso”. Essa foi uma das afirmações feitas pelo reitor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Naomar de Almeida Filho ao falar sobre Universidade e Competência Radical. Ele foi um dos convidados do projeto de debates Improviso, Oxente!, que aconteceu na Tenda Teatro Popular de Ilhéus (TPI), durante a noite da última terça-feira (15), Dia dos Professores. As discussões seguiram em torno dos modelos da nova Educação, que devem utilizar a criatividade como recurso e buscar talentos.
O reitor da UFSB abriu o Improviso, Oxente!com uma apresentação geral da estrutura da nova instituição, que segue o modelo de Anísio Teixeira, concebido no início do século XX. “Cada sujeito deve fazer um contrato pedagógico com a instituição, sendo responsável pelo aproveitamento de sua equipe e unidade, acabando com o viés individualista”, disse. Ele ainda falou que as ações da Universidade estão voltadas para uma consciência planetária, que viabilizem a sustentabilidade institucional.
A respeito da universidade tradicional brasileira, o professor Naomar acredita que o desenho atual colabora para a exclusão social, através da criação de uma elite intelectual formada pelos corpos docente e discente. “O conhecimento não é um material que se transmite ou armazena, nem é um produto ou mercadoria. Ele é exercido na solidariedade da partilha”, declarou.
A vice-reitora da UFSB, Joana Guimarães também esteve participou dos debates, que teve como mediador o professor da Universidade Federal de Alagoas, Felipe de Paula. Ela afirmou que existem formas diferentes de lidar com o ensino e cada um tem uma forma de aprender e que os modos de avaliar podem reprimir a criatividade. “Trabalhamos com um modelo que possa facilitar o acesso dos jovens com potencial que são tolhidos pela falta de perspectivas do local onde vivem”, acrescentou.
O Improviso, Oxente! do último dia 15 foi o primeiro realizado na Tenda Teatro Popular de Ilhéus. A última edição contou com a participação da companhia de dança Garcia Fernandes, com coreografias de tango e samba de gafieira. Para o coordenador artístico do espaço, Romualdo Lisboa, a intenção é estender as discussões sobre educação e competências criativas. Em seu ponto de vista, “a criatividade é um bem intangível e inesgotável. É a saída para as sucessivas crises que o atual modelo social vem enfrentando”. 

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