Dorival Caymmi, cantor e compositor baiano, conseguiu obter e manter um sucesso notável ao longo de uma carreira de setenta anos. Este livro, escrito na interseção entre a Antropologia Social, a Etnomusicologia e a História Social da Cultura, procura refletir sobre este êxito à luz da negociação de identidades locais/nacionais e das transformações que teriam ocorrido no âmbito das experiências raciais no Brasil do século XX. A obra conta com três capítulos dedicados à trajetória biográfica de Caymmi, à descrição de suas parcerias de trabalho e amizade e à análise de sua obra musical.
O livro “Dorival Caymmi: a pedra que ronca no meio do mar” foi recém-lançado na RAM (Reunião de Antropologia do Mercosul), no dia 24 de julho deste ano, em Porto Alegre/RS e será lançado em Salvador no próximo dia 10 de outubro.
Vitor preferiu lançá-lo antes em Ilhéus, homenageando o seu avô, Professor Francolino Neto, pois desde que foi morar em Campinas/SP (2005), nas suas férias escolares, Ilhéus sempre foi a sua primeira parada (para ver o seu avô), antes de chegar a Salvador. E desta vez não poderia ser diferente.
O livro é dedicado ao seu avô, que, segundo o autor, “era um digno representante da burguesia negra baiana de outrora. Foi em sua imensa biblioteca (ela ocupava um andar quase inteiro de sua casa, em Ilhéus) que eu descobri o mundaréu dos livros. Foi com ele que eu ouvi pela primeira vez também, com uns quatro ou cinco anos de idade, a “Saudade de Itapoã” de Dorival Caymmi, ali, no seu colo, encantado diante de tanta beleza”.